Mr. Plankton, o mais recente K-drama da Netflix, da roteirista Jo Yong, mesma autora de It’s Okay Not To Be Okay, é uma profunda reflexão sobre a vida e suas complexidades, especialmente quando confrontados com o fim. Com apenas dez episódios, a série traz uma narrativa poderosa, centrada em três personagens que, ao enfrentarem mudanças arrebatadoras, precisam examinar a si mesmos. O abandono, a crueldade na infância e uma vida inteiramente planejada pelos outros os unem na busca por amor autêntico e aceitação.
A trama se desenvolve ao redor de Hae Jo (Woo Do-hwan), um faz-tudo conhecido por seu azar na vida. Considerado insignificante pela sociedade, Hae Jo sobrevive em empregos esporádicos, com a ajuda financeira da amiga e amante Bong Sook (Lee El), e do auxiliar Kka Ri (Kim Min-seok), que o ajuda em tarefas que não o entretêm. Com uma filosofia de vida que o leva de um lugar para outro conforme as circunstâncias, ele encara um devastador golpe quando recebe uma notícia que o lança em uma última jornada em busca de seu pai. O reencontro com Jo Jae-mi (Lee Yoo-mi), uma mulher cujo sonho de ser mãe é abalado ao descobrir sua infertilidade, une suas histórias de dor. O destino dos dois se entrelaça novamente quando Hae Jo interrompe o casamento de Jae-mi com Eo Heung (Oh Jung-se) e a sequestra, levando ambos a vivenciar experiências transformadoras.
Cada um dos protagonistas carrega uma complexa bagagem emocional. Hae Jo é cínico e endurecido pela dor, que, mesmo velada, transparece em seus atos. Jae-mi é impulsiva e vulnerável, mas busca desesperadamente o amor e a aceitação, refletindo o desejo que Hae Jo sente, ainda que não admita. Já Eo Heung, o herdeiro da poderosa família Eo, luta para romper as expectativas e o controle rígido da mãe, Beom Ho-ja (Kim Hae-sook), encontrando em seu amor por Jae-mi a primeira chance de afirmar sua independência.
A série Mr. Plankton explora as reações humanas ao lidar com a perda e a busca por controle em meio ao caos. Com uma abordagem honesta e tocante, o diretor Hong Jong-chan apresenta uma jornada dolorosa e, ao mesmo tempo, reconfortante, lembrando-nos que, mesmo nos momentos de escuridão, não estamos tão sozinhos quanto imaginamos.