Crítica: Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito

O ano era 2019. O estúdio Ufotable recebeu a missão da Shonen Jump de criar um projeto para um mangá mediano até aquele momento. O anime sai e é um enorme sucesso, não sendo apenas conhecido no mundo todo, mas mudando para sempre a produção animada do Japão.

E assim começamos a conhecer a história de Tanjiro Kamado e sua luta para derrotar o oni Muzan Kibutsuji e curar sua irmã Nezuko. Com uma história mais simples e uma animação impecável, Demon Slayer elevou o nível de como se produz animes e mudou totalmente o mercado. E em 2025 começamos a ver o início do fim dessa história nos cinemas, com o filme Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito.

Estreando hoje, 11 de setembro, o filme continua a história da última temporada. Tanjiro, Zenitsu, Inosuke e os outros hashiras são tragados para um universo de bolso e iniciam a caçada final contra as Luas Superiores e o grande vilão, Muzan. Nesse primeiro filme, acompanhamos as batalhas de de Shinobu vs Doma, Zenitsu vs Kaigaku e Tanjiro e Tomioka vs Akasa.

O primeiro ponto que temos que levantar aqui é realmente é um filme. Diferente de outros compilados que aconteceram por aqui, que apenas eram reedições de capítulos ou de temporadas, com a adição de especiais ou de capítulos de uma temporada vindoura.

É possível ver como um início, meio e fim. Essa sensação vem das batalhas, que se iniciam e terminam antes de de uma outra começar. Um jeito meio protocolar de criar o roteiro, e que se apoia muito na construção apresentada no próprio mangá. É uma tática que até facilita o entendimento para quem só viu algum resumo das temporadas anteriores, ou até sabe menos da série, mas te faz ficar focado e acompanhar aquele ponto específico da história.

A sensação é de estar assistindo um card de UFC, ou alguma luta da sua preferência. Os dois lutadores principais entram na arena e batalham até que um deles seja derrotado, temos um intervalo com outros caçadores andando pelo castelo e próxima luta.

Sendo Demon Slayer, é claro que o flashback como ferramenta narrativa também estaria presente. Cada um dos vilões apresentados ganha o seu próprio, como uma maneira de dar profundidade à suas histórias, além de termos pequenas pílulas que nos ajudam a lembrar de acontecimentos anteiores.

Na média, eles até que funcionam bem com a proposta. Porém o fato de o filme ser muito blocado faz com que as lembranças que vemos do Akasa se tornem uma barrigada do filme, quebrando muito o ritmo da ação presente e esticando o filme mais do que o necessário.

Aliás, a fidelidade é o grande calcanhar de aquiles desse filme. Ao querer ser muito próximo da obra original, ele perde demais a possibilidade de deixar todo o roteiro mais dinâmico. Uma pequena misturada nas cenas de luta já ia fazer com que as pessoas se investissem mais em descobrir quem ganha ou quem perde suas batalhas.

No demais, Demon Slayer Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito é extremamente competente. A arte continua muito bonita e cheia de frames de impacto que dariam belos walpapers e as coreografias de luta são rápidas e cheias de boas reviravoltas para tirar as mais diversas reações de quem assitir.

A trilha sonora acompanha bem a ação, seja nas músicas tema da Aimer e da LiSA, ou a trilha sonora cheia de tons eletrônicos mantém a energia no alto para os momentos importantes ou impactantes.

O que fica para mim de tudo é que Castelo Infinito é um bom filme introdutório do fim. Não é melhor do que Trem Infinito, mas consegue contar sua história de uma maneira decente. Conhecendo a obra original e onde eles pararam, eu fico pensando qual será o próximo malabarismo que será necessário para sustentar a história de uma maneira mínimamente digna. E se existe a possibilidade de eles se arriscarem mais da próxima vez. Mas isso é papo para o próximo filme.

Basicamente, Demon Slayer é Demon Slayer. Para o bem ou para o mal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top